29 abril 2010

A Cozinha integrada a ambientes, pessoas e prazeres

Há anos (graças a Deus!) a cozinha deixou de ser um clausuro operacional, onde a matriarca preparava as refeições, enfurnada entre paredes azulejadas, enfrentando pia e fogão, louças e panelas, enquanto sua tropa a aguardava na 'copa', afoitos para devorar 'a mistura'.

De 'gueto', a cozinha passa a ser uma área de estar...uma extensão aos demais ambientes, principalmente ao living e a varanda, que inclusive hoje, em sua homenagem, ganhou sobrenome: 'Varanda Gourmet'. Estações de trabalho literalmente, tornam-se Ilhas, bancadas, tudo amplo e aberto, formam palcos de performance gastronômicas, onde acomodados confortavelmente como num camarote, os convidados apreciam de perto o show entre uma taça e outra de um saboroso vinho, escolhido a dedo pelo 'Chef da vez'. Silenciosas, mas sem passar desapercebidas, estão as coifas, de design cada vez mais moderno, completam o cenário envolvente, que oferece um grande menu de degustação de sentidos e sentimentos, aguçando além de olfato e paladar, é claro, a sensação de aconchego e alegria, reunidos entre pessoas queridas.

E juntamente com o advento da Révolucion de La Cuisine, surge o HOMEM! Calma! Não estou questionando a Darwin ou a Deus (me livre!). Ele surge, NA COZINHA! Acabou essa coisa de lugar de mulher é na cozinha. Agora os dois têm espaço garantido e muito bem projetado inclusive, para cada um exibir a sua especialidade no assunto. Cada vez mais, homens têm procurado cursos de culinária básica, pratos especiais, comida japonesa e até um básico de sommelier.

Essa ampliação de horizontes entre homens e mulheres na cozinha, aliada a violência urbana cada vez mais frequente no dia-a-dia, contribuem para que "Lar Doce Lar", deixe de ser legendária expressão, para se tornar um estilo atual de vida (e requinte).



Arrojado, o projeto dos arquitetos Claudia Lorenzini e Murillo Vaccari trouxe inovação a esse espaço gourmet, criado para a mostra Polo Design Show em 2008. O uso de diversos elementos que combinam entre si garante que a cozinha seja prática sem perder em sofisticação e aconchego.(Revista DCasa)


O aspecto clean e natural planejado pela arquiteta Fernanda Marques se destaca neste espaço gourmet. A ausência de paredes entre os cômodos garante uma luminosidade abundante em todo o ambiente e a boa circulação de ar. Segundo a arquiteta, a bancada foi criada em forma de ilha e o cooktop instalado de frente para a área social para criar uma integração entre os convidados e quem cozinha. (Revista DCasa)

26 abril 2010

Mensagem subliminar - O design baseado na Gestalt



Minhas aulas de D.I. têm me proporcionado experiências marcantes. Uma das primeiras atividades, entitulada"Razão e Intuição", minha 'missão' era reproduzir a olho, o perfil de uma pessoa, exibida na apostila do curso.

Por ser destra, era necessário que começasse pelo lado esquerdo do canson A3 e em seguida, espelha-lo a direita do papel. Sem apoio de nenhum material, além de lápis e borracha, lá fui eu. Levei as exatas três horas de aula para concluir.

Percebi que me atinha a tão somente minha intuição, memorizando a figura na apostila por alguns segundos e reproduzindo de cabeça, ao invés de 'olho'. E como resultado: ora pequeno demais, ora grande demais, sem menor proporção. 

Com as dicas do professor para atingir um padrão mais adequado, improvisei uma unidade de medida ('tecos' da lapiseira) para chegar a melhor proporção possível, comparando lado a lado, parte por parte do desenho. Esse era o raciocínio básico a ser usado para o resultado ser atingido - era necessário acionar a razão para buscar a simetria. E ainda assim, me surpreendi algumas vezes, desconectando do 'tal-qual', arriscando intuitivamente os próximos tracejos, que óbvio, tornaram a se distorcer novamente.

Foi bem interessante. A atividade norteava a pratica exclusiva da percepção, para melhor analisar o desenho e enxerga-lo como um todo e não em partes como fazia. Gestalt pura!

Pesquisando na net sobre a teoria da Gestalt aplicada ao design, encontrei informações que reforçam o aprendizado:

"João Gomes Filho em seu livro Gestalt do Objeto: Sistema de leitura visual da forma (2004), afirma que são diversas as leis da Gestalt onde, segundo ele, foi criado o suporte sensível e racional que permite e favorece toda e qualquer articulação analítica e interpretativa da forma do objeto."

"Através dos estudos realizados e das teorias elaboradas na escola Gestalt, no início do século XX, referentes a teoria da psicologia das imagens, foi possível criar condições favoráveis para a racionalização na construção de projetos gráficos.Reforça-se a idéia que o todo, é mais que a soma das suas partes, existindo envolvimento psicológico.Compreender a construção de imagens é imprescindível para a elaboração e desenvolvimento de mensagens visuais, viabilizando a ampliação do acervo de soluções gráficas autoras de sentidos qualificados." (Wikipédia)

"Levando em conta a Psicologia da Gestalt, sua utilidade é analisar e “diagnosticar” as maneiras pelas quais percebemos o mundo em que vivemos. Os elementos que o compõem (vistos como um “todo”, como falado) e de que maneira isso influi na vida das pessoas.
Quer dizer, sabendo como é a “visão humana”, é possível fazer, o que quer que seja, levando-se em consideração determinadas práticas benéficas que agradam à percepção, que são mais benignas, diga-se dessa maneira. Por exemplo: fazendo um design levando-se em conta determinados princípios, é possível criar uma composição que agrada aos olhos e à percepção do cliente!
Quando alguém entra em um ambiente e pensa “Não gosto deste lugar, mas não sei explicar o motivo…”, na verdade sabe o que há de errado, sim; mas o sabe de forma inconsciente! Seu cérebro, num limiar que não é percebido naquele momento, “capta” que existem discrepâncias entre os elementos, que eles estão fora do lugar, que não se “ajeitam”…

O estudo de princípios básicos de Gestalt, aplicados ao design, podem oferecer a quem os usa a chance de compor melhores layouts e, conseqüentemente, agradar mais aos cliente dos projetos que desenvolve. As pessoas se sentirão confortáveis e viver naquele ambiente será um verdadeiro prazer!
Esse é o objetivo da teoria Gestalt aplicada ao desenvolvimento de designs. Saber disso é dar um passo rumo a trabalhos mais profissionais e consistentes e, mais importante, realizar projetos de maior qualidade, que agradam às pessoas para as quais estes são feitos!" (Tárcio Zemel, Web designer, www.desenvolvimentoparaweb.com)

É fundamental exercitar o desprendimento, através da conscientização dos velhos hábitos através da auto-observação; da inibição desses velhos hábitos e da experimentação de novos hábitos, de um uso mais equilibrado, auxiliada pelas direções propostas pela técnica.
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